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O Olho da Cartomante
Eles até pareciam irmãos gêmeos. Mas Renata e Maurício eram primos. Tinham a mesma idade, o mesmo cabelo ondulado, as mesmas sardas, os mesmos olhos verdes, os mesmos gostos e até o mesmo sobrenome.
Todo ano os pais deles alugavam uma casa de praia juntos. Renata adorava arrastar Maurício para montanhas-russas e outras geringonças do gênero. Um passeio pelo parque de diversões era suficiente para esvaziar os bolsos de ambos.
Naquela tarde, depois de aproveitarem bastante cada brinquedo do parque e com poucos trocados no bolso, tão poucos que nem dava para comprar puxa-puxa, resolveram voltar para casa. Nem precisaram andar muito e logo esbarraram em uma barraca de madeira lascada, velha e esquisitíssima. O cheiro de mofo chegava a ser insuportável e a construção parecia querer desabar a qualquer momento. Renata e Maurício bem que tentaram ver o que havia lá dentro através de uma das janelas encardidas. Nada feito. A janela era praticamente coberta por grossas barras de ferro e as cortinas pretas do lado de dentro estavam fechadas.
A curiosidade, entretanto, foi maior que o medo. Eles resolveram passar por cima de tudo e entrar assim mesmo. E foi então que encontraram aquela cigana medonha.
Madame Valda (esse era o nome dela) dizia poder prever o futuro e também declarava que só os bobos não tinham medo. Renata não se conteve, começou a rir e tratou de acusá-la de impostora. Furiosa, a cigana rogou uma praga. Renata seria perseguida por todos os seus piores medos e acabaria sendo obrigada a travar um combate de morte com a velha bruxa, a mais poderosa cigana de todos os tempos.
Mas como matar alguém que já morreu há mais de cem anos?
Preço Estipuldo: R$ 25,00dessol
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